SAÚDE

Secretaria Municipal de Saúde registra aumento nas tentativas de suicídio em Campo Grande

A Secretaria mantém alerta após capital apresentar 1.322 tentativas de suicídio, jovens são o grupo com maior índice de tentativas e homens são o gênero com o maior taxa de mortalidade

Amanda Melgaço, Bianca Campos e Evelyn Mendes 1/09/2023 - 21h01
Compartilhe:

A capital de Mato Grosso do Sul registrou aumento no número de suícidios entre jovens de 20 a 29 anos de idade. Os homens são o gênero com o maior número de vitimados no município. Os fatores sociais que favorecem a prática são o desemprego, violência e falta de acesso saneamento básico.

Campo Grande ocupa o segundo lugar no ranking das capitais com o maior número de mortes provocadas em decorrências de suicídios. Os óbitos registrados são mais comuns entre os homens, e as mulheres são o gênero com o maior número de tentativas de suicídio registradas. Pacientes que apresentam quadros psicológicos mais graves devem procurar por atendimento psicológico.

De acordo com o assessor de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Michel Faustino em 2022  houve 1.322 tentativas de suicídios registradas em Campo Grande. O grupo social que representa maior incidencia de tentativas são os jovens, com 459 casos tentados. Os homens vitimados por suicídio totalizam 89 casos, seguido pelas mulheres com 31 casos. Segundo Faustino, os centros de Atenção Psicossocial (CAPS) registraram aproximadamente 340 mil atendimentos em seis unidades da capital, uma média de 28 mil atendimentos psicológicos por mês.

De acordo com o acadêmico e diretor de Pesquisa da Liga Acadêmica de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, João César Dutra "os jovens do século 21 encontram um outro cenário para viver". Segundo Dutra, fatores sociais e econômicos como o desemprego, a violência e a falta de saneamento básico afetam de forma direta a saúde mental dos jovens. Dutra afirma que o maior número de suícidios registrados na população masculina está relacionado à pressão social impostas aos homens que precisam "se adequar ao estereótipo do homem forte e viril".

Primeira Notícia · João Cezar explica como fatores culturais podem influenciar o suicídio

Segundo o professor do curso de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Alberto Mesaque as práticas profissionais na prevenção ao suicídio devem ser aplicadas de maneira individualizada em relação ao quadro clínico de cada paciente. "Uma das soluções viáveis pode estar na atenção e no acolhimento ao próximo. O encaminhamento para ajuda profissional quando necessário, torna-se essencial para a prevenção".

O Grupo Amor Vida (GAV) é uma das iniciativas de medidas preventivas contra o suicidío e depressão localizada em Campo Grande.  A organização não governamental, que atua desde o ano 2000, objetiva dar suporte para as pessoas que necessitam de apoio psicológico, assim como atua na prevenção ao suicídio. O grupo atua por meio de atendimentos telefônicos, mensagens e, nos casos mais graves, consultas presenciais.

A diretora de Comunicação do GAV, Cinthia Moralles destacou que a campanha para o mês setembro amarelo "é uma forma de chegar a mais pessoas e disseminar informações sobre a prevenção contra o suicídio e doenças mentais". Cinthia Moralles reforça que além das campanhas de divulgação e conscientização realizadas no mês de setembro, é impostante manter essas discussões durante todo o ano. “A gente recebe muita solicitação em setembro, mas não podemos esquecer que suicidio acontece o ano inteiro. Então a gente precisa estar atento a causa o ano inteiro, os dados mostram que os casos só estão aumentando, principalmente no nosso estado”.  

Serviço:

Grupo Amor a Vida (GAV):  0800 505554 ou no endereço: 25 de dezembro,  número 924. 3°andar, Centro, Edifício Marrakech.

Centro de Valorização à Vida (CVV):  Telefone 188.

Compartilhe:

Deixe seu Comentário

Leia Também