CINOTERAPIA

Hospital de Campo Grande utiliza cães para terapia complementar

Cachorros em hospitais auxiliam no tratamento de pacientes em tratamentos contínuos

JOSÉ CÂMARA, MARIANA MOREIRA E RAFAELA MOREIRA30/08/2019 - 01h27
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O Hospital São Julião começou a utilizar a Terapia Assistida por Animais (TAA) em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS), desde março deste ano. O procedimento é alternativo e aliado à fisioterapia tradicional e praticado desde o inicio do ano. O tratamento é feito por meio da cinoterapia, abordagem que utiliza cães durante o processo, com o objetivo de promover a melhora social, emocional, física e cognitiva dos pacientes. A atividade ocorre também por meio do projeto social “Cão Herói, Cão Amigo”  na Escola Municipal Professor Múcio Teixeira Júnior e no Cotolengo Sul-Mato-Grossense.

No hospital os cães co-terapeutas são treinados pela equipe do CBMMS para as sessões, que são desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar, composta por voluntários, fisioterapeutas e cinotécnicos, especialistas em TAA com cães. As sessões duram cerca de 50 minutos e acontecem em grupos com três pacientes e um cão.

Channel é co-terapeuta há um ano no projeto "Cão Herói, Cão Amigo" (Foto: Mariana Moreira)

A voluntária Barbara Bastos é dona da border collie channel e afirma que por meio do trabalho realizado com o projeto "Cão Herói, Cão Amigo", channel tornou-se co-terapeuta devido ao temperamento dócil. “Nós vemos a alegria dos pacientes, principalmente das crianças com alguma deficiência, e o tanto que elas se esforçam para interagir, dar um petisco cachorro, e o tanto que o cão respeita os limites do paciente”. 

O cabo Luiz Leite explica que a atividade assistida por animais foi implementada antes da TAA no hospital. A Lei nº 5.385 amplia a partcipação dos cães co-terapeutas nas atividades por meio de interações educacionais, motivacionais e recreativas. Atualmente a cinoterapia é fixa no hospital, devido ao progresso realizado com os pacinetes.  

Leite afirma que a relação entre paciente e co-terapeuta é o princípio básico da cinoterapia. Segundo estudos, a edorfina é produzida e liberada pelo corpo do paciente durante a terapia assistida, hormônio que causa sensação de bem-estar e relaxamento. Diagnosticado com Hemangioblastoma, Maycon Valdez participa das terapias todas as terça-feiras. "Eu tenho cachorro em casa e sinto falta dele, gosto bastante e fico muito feliz com a terapia".

A fisioterapeuta do Hospital São Julião, Wandriane de Vargas explica que os pacientes que participam do projeto "Cão Herói, Cão Amigo" são selecionados para o tratamento de acordo com o tempo que passarão no hospital, que dura entre 30 e 60 dias. "Eu procuro englobar a fisioterapia com os exercícios de controle de tronco ao sentar o paciente para brincar com o cão, temos o recurso da bola, bastão ou macarrão, visando sempre a evolução do paciente".

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou legislação específica que permite a visita de animais domésticos em hospitais do estado. A  Lei de nº 5.385 foi sancionada pelo Governo do Estado no dia 28 de agosto.

Serviço:

Escolas ou instituições com interesse em receber a visita dos cães terapeutas podem agendar no Quartel do Parque dos Poderes do 6º Grupamento de Bombeiros Militar. O atendimento é realizado das 7h30 às 13h30.

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