SAÚDE

Vacina contra o HPV para meninos é disponibilizada em Campo Grande

A imunização é oferecida em toda a Rede Municipal de Saúde da capital para meninos entre 12 e 13 anos de idade

Camila Vilar e Júlia Verena22/01/2017 - 23h36
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A vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV) foi disponibilizada nos postos de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o Brasil no dia três de janeiro deste ano. Em Campo Grande, 15 mil doses estão disponíveis e outras 10 mil doses serão recebidas até fevereiro. O Ministério da Saúde determinou que meninos entre 12 e 13 anos recebam a vacina. De acordo com o relatório de recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), o vírus do HPV tem alto potencial de transmissão e, aproximadamente, 75% dos indivíduos que iniciaram atividade sexual serão infectados pela patologia em algum momento da vida.

Segundo a assessora de comunicação da Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG), Mayara Sá todas as unidades básicas de saúde terão doses suficientes para aplicar na população. “Não há custo para a prefeitura de Campo Grande, a campanha é nacional e as doses são enviadas pelo Ministério da Saúde”. A dona de casa Ana Regalado, acompanhou o filho Cristofer Castro, 13, até o posto de vacinação da Unidade Básica de Saúde (UBS) 26 de  Agosto, para receber a primeira dose da vacina. “Eu trouxe porque é bom para a saúde dele e para o futuro dele também”.

Segundo a coordenadora de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Mariah Barros a vacina é oferecida pelo sistema público de saúde para meninas entre nove e 13 anos. A faixa etária será ampliada até 2020 e meninos a partir dos nove anos serão incluídos. De acordo com Mariah Barros, a imunização contra o HPV não é uma campanha, mas uma rotina do calendário vacinal. “Por que que isso tem que ser de rotina? Porque o município tem 67 salas de vacina. Você pode ter uma queda de energia e é por isso que não se mantém grandes estoques em unidades. Para prevenir isso, trabalha-se com uma periodicidade, é uma rotina”.

A vacina será aplicada em duas doses, com seis meses de intervalo entre cada uma. Para os portadores do vírus HIV, a faixa etária é maior, dos 9 aos 26 anos, em três doses e com intervalo de dois e seis meses, sob prescrição médica. O vírus do HPV pode causar verrugas genitais e câncer no colo do útero. A médica Rosana Dorsa, especialista em ginecologia e obstetrícia, explica que o câncer de colo de útero é o segundo mais recorrente entre as mulheres. “Trata-se de um problema de saúde pública, por isso a vacina foi incluída no calendário vacinal do Programa Nacional de Imunizações, inicialmente para meninas e recentemente para meninos”.

 

Segundo o Portal da Saúde, a expectativa é imunizar mais de 3,6 milhões de meninos em 2017. Além disso, serão incluídas no atendimento as meninas de 14 anos que não tomaram a segunda dose. A professora Joice Garcia afirma que a vacina deveria ser disponibilizada também para as mulheres acima da faixa etária atendida pelo SUS. “Eu acho importante tomar a vacina do HPV, porque a gente sabe que os meninos também transmitem o HPV para as mulheres, né? E que 80% das mulheres brasileiras tem o HPV”.

A enfermeira-chefe do centro de imunização Imunitá, Evelise Marietto explica a diferença entre os dois tipos disponíveis da vacina, a bivalente e a quadrivalente. A bivalente oferece proteção para os subtipos 16 e 18 do HPV, relacionadas ao câncer de colo de útero. A quadrivalente protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do vírus, relacionados ao aparecimento de verrugas genitais, câncer de colo de útero nas mulheres, câncer de pênis e ânus nos homens. “Na rede pública só fazia para meninas, mas a gente não, a gente tem sempre a vacina para meninos e para meninas a partir de nove anos”.

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