AFRODESCENTES

Movimento das Mulheres Negras utiliza culinária baiana para promover o dia da Consciência Negra

Música, teatro, comidas típicas da Bahia e empreendedorismo negro fizeram parte da programação da Feira Afro de Mato Grosso do Sul

Danielle Matos, Ethieny Karen, Rafaela Flôr e Thiago Rezende12/11/2018 - 00h37
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O Movimento de Mulheres Negras de Mato Grosso do Sul "Raimunda Luzia de Brito" utilizou a culinária baiana, na programação da sétima Feira Afro MS, para marcar o mês da Consciência Negra. Os alimentos, típicos da cultura afrobrasileira, como acarajé, rapadura e feijoada estavam entre os produtos comercializados que simbolizam o resgate e valorização da população negra. O objetivo foi promover o debate sobre a vida do negro na sociedade e a cultura de seus antepassados. 

A Feira Afro MS foi promovida para comemorar o Dia da Consciência Negra, no dia 20 de novembro. A feira teve a participação de artistas da capital, além da venda de artigos africanos e comidas típicas, músicas com temática racial, a valorização de profissionais negros, conversas sobre o racismo e declamações de poesias. A Feira Afro de Mato Grosso do Sul aconteceu no sábado, 10 de novembro, na Praça dos Imigrantes, em Campo Grande.

A organizadora do evento, Angela Vanessa afirma que existem dificuldades ao encontrar apoio e contribuição financeira para a realização do evento. “A questão dos apoiadores que mesmo, nem todos querem contribuir, então muitas vezes a gente coloca a sigla das organizações que estão apoiando, mas na verdade eles não estão ajudando. A gente faz, contudo, tudo é voluntário e muitas dessas pessoas tem isso como profissão".

 

A acadêmica do curso de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Luanda Sant’Ana afirma que a Feira Afro em Campo Grande é importante para incentivar o debate das questões raciais no estado. “Aqui é um estado novo, ter um evento como esse significa que mesmo estando distante dos grandes centros, onde algumas discussões raciais são feitas com um grau maior de profundidade. É muito bom saber que tem esse movimento e resiste onde a cultura do boi é mais importante do que o próprio indivíduo".

Loren Berlin faz brincos de materiais reciclados para vender

(Foto: Ethieny Karen)

A artesã e catadora de materiais recicláveis, Loren Berlin participou de outras edições da feira. Suas obras são feitas com garrafas PET recicladas e ressalta que a feira é importante para que espaços públicos sejam ocupados. “Essa é a segunda participação minha, já tinha participado da sexta e a importância que eu vejo é a visibilidade, para fortalecer a nossa visibilidade, parte da luta de ocupar espaços públicos".

A cantora Rhaysla Andrade foi uma das atrações do evento, cantou músicas nacionais e de artistas negros, como Martinho da Vila. Ela afirma que eventos sobre a cultura africana foram importantes para a aceitação própria e identificação com o povo negro. “A feira me ajudou a me aceitar mais, algo que eu comecei a fazer este ano. A aceitar minha cor, minha origem, a conhecer a minha história e ela tem me ajudado muito para ver que o povo negro é poderoso sim e lutou por tudo e se tá conseguindo essa liberdade é porque eles merecem".

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