SAÚDE MENTAL

Plantão psicológico da UFMS amplia horário de funcionamento para diminuir espera por atendimentos

Plantão funciona como uma triagem psicológica e faz parte da Divisão de Saúde da UFMS

Ketlen Gomes, Lua Souza e Mariana Alvernaz 6/04/2019 - 13h50
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A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) ampliou os plantões psicológicos, que atendem a comunidade estudantil, devido à grande procura dos acadêmicos aos serviços de psicologia. O local do Plantão mudou do Instituto Integrado de Saúde (Inisa) para o Instituto de Biociências (Inbio). Em 2018 foram solicitados 171 atendimentos psicológicos pelos estudantes na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Dessas solicitações, foram realizadas 128 triagens e 68 encaminhamentos para atendimento.

O atendimento realizado no Instituto de Biologia, próximo à Concha Acústica da cidade universitária, é feito por três psicólogos, que atenderam mais de 60 estudantes. Após a implantação da atividade, os profissionais Ana Lucia de Souza e Fábio Barbosa, identificaram a necessidade de expandir o apoio para dois dias seguidos e dois períodos, realizados às quartas e quintas-feiras, das 7h00 às 11h00, e das 13h00 às 17h00. As consultas são realizadas por ordem de chegada.

 

A estudante do curso de Enfermagem da UFMS, Bruna de Lemos Costa soube do atendimento pelo Instagram da UFMS, e foi prontamente atendida. “Procurei atendimento porque mudei de comportamento fazia seis meses, me sentia muito sozinha, abandonada, sem amizades e longe da minha família aqui. Estava em um relacionamento abusivo, chorava todos os dias, me sentia inútil e improdutiva, não conseguia dar seguimento ao TCC, até o ponto que tive ideação suicida. Percebi que sem ajuda as coisas não iriam melhorar”. Segundo a acadêmica, o atendimento a ajudou a superar a situação. “Não solucionou os problemas, mas me deu apoio para prosseguir com a vida”. 

O acadêmico do curso de Arquitetura e Urbanismo, Mateus Castro, que em 2017 teve crises de ansiedade, desenvolveu um quadro de depressão. Segundo Castro, a demora no atendimento aos acadêmicos da UFMS o fez procurar uma psicóloga particular. O acadêmico cogita a possibilidade de procurar uma consulta na Universidade.

De acordo com os psicólogos responsáveis existe uma diferença entre o plantão e o atendimento acompanhado. Barbosa afirma que "o plantão é aberto, não tem um período determinado. Então a pessoa vem, procura e ela vai cuidando do problema sem precisar vir toda semana com horário agendado. Ela vem no tempo dela.". Conforme a psicóloga Ana Lúcia de Souza o acompanhamento de psicoterapia prévia, a princípio, tem duração de seis meses, o que resulta em cerca de 20 atendimentos. "Quando chega em um determinado estágio do tratamento, é avaliada a permanência do paciente, se ele continua, se o tratamento dele acaba ou se o paciente é encaminhado para outro profissional".

Outras universidades da capital também oferecem apoio psicológico aos alunos, como é o caso da Unigran Capital. O atendimento no Núcleo de Psicologia da Unigran Capital (NPU), é gratuito, realizado por acadêmicos do último ano do curso de Psicologia, supervisionados por um psicólogo responsável. Segundo a responsável pelo NPU, Jeniffer Karoline Reis, "As clientelas atendidas são pacientes com idade a partir de quatro anos de idade e encaminhados por instituições conveniadas, comunidade interna na IES e externa bem como aqueles que procuram o Núcleo de Psicologia com demanda espontânea. A clínica tem como finalidade atender a necessidade de formação do curso e também desempenhar um papel social". Na Unigran é realizada uma triagem agendada e depois o encaminhamento para a fila de espera. A faculdade tem projetos acadêmicos como psicoterapia e atendimentos grupais e começou a realizar essas ações para os acadêmicos do curso de psicologia praticarem os conhecimentos de sala de aula.

Os atendimentos psicológicos na Uniderp são realizados na Clínica Escola, onde são oferecidas consultas tanto para alunos como para a comunidade externa. Segundo a professora do curso de Psicologia e coordenadora da Clínica Escola da Uniderp, Sanami Esaki, na maioria das vezes, são os próprios professores e coordenadores que percebem o pedido de socorro e encaminham os acadêmicos para tratamento. “No primeiro momento, o mesmo é ouvido de forma imediata, e depois encaminhado para o projeto de extensão voltado para os atendimentos para os alunos”. Os atendimentos na clínica escola são realizados pelos estudantes do curso de psicologia sob supervisão dos professores.

Na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), há uma área específica ao atendimento de acadêmicos, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h00 às 11h00 e das 13h00 às 22h00. Segundo o psicólogo clínico da UCDB, Fábio Fischer os acadêmicos são atendidos por ordem de chegada. “O acadêmico tem direito a cinco sessões e, se o problema não for resolvido, ele pode ser encaminhado para outros serviços, como a Clínica Escola”.

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