SAÚDE

Alunos da UFMS criticam higiene das instalações sanitárias

Empresa responsável pela manutenção e limpeza da UFMS descumpre as exigências do edital

Clayton Ambrosio, Estevan Oelke e Vitor Ilis 3/10/2017 - 14h39
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Os alunos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) reclamam da falta de higine adequada nos banheiros do campus de Campo Grande. Nas instalações sanitárias faltam equipamentos e materiais de higiene suficiente para atender a demanda diária. Segundo o chefe da Coordenadoria de Serviços (CSV), Nilton Conde Torres, responsável pela fiscalização da empresa terceirizada que presta o serviço de limpeza e manutenção na UFMS, a Plansul, o serviço de limpeza é realizado conforme as normas sanitárias. O médico e professor da Faculdade de Medicina, Joaquim Longo destaca que a falta de acesso à higiene adequada coloca em risco a saúde das pessoas.

O presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Ari Ferra Júnior afirma que diariamente circulam aproximadamente 10 mil alunos e que deveriam ter acesso mínimo de higiene nos banheiros para utilização e não haver o risco de contaminação. Segundo ele, faltam assentos nos vasos sanitários, sabonete, papel toalha e o papel higiênico está fora do padrão previsto no edital. ”Tem estudantes que passam o dia inteiro aqui, chegam bem cedo e vão embora bem tarde da noite, colocando muita energia e qualidade do seu tempo na universidade, e é deplorável e inadmissível que a administração e a empresa que é encarregada disso não deem esse acesso”.

O chefe da CSV, Nilton Conde Torres afirma que todos os banheiros passam por limpeza e manutenções diárias, monitoradas por equipes de verificação. Além da limpeza e manutenção, há reposição dos materiais de higiene. ”Não há registros de situações de risco ou risco de contaminação nas dependências das diferentes unidades da UFMS”.

Plansul, empresa responsável pela manutenção e limpeza do campus de Campo Grande da UFMS, informou, por meio de sua assessora jurídica, Gisele de Souza Pes que a empresa cumpre o contrato 05/2017 firmado com a UFMS referente ao edital do Pregão Eletrônico 01/2017.

Banheiro da Unidade 6 da UFMS (Foto: Clayton Ambrosio)

A estudante de biologia, Suziele Galdino destacou que na unidade seis o banheiro feminino não possui sabonete líquido e que falta papel higiênico e papel toalha. ”A higiene do banheiro no período noturno é péssima, já passou o período matutino e vespertino e não tem o recolhimento do lixo”.

Segundo o fiscal da vigilância sanitária municipal, Antônio Carlos dos Reis Cardoso todos os banheiros em estabelecimento de ensino devem seguir a Norma de Regulamentação 24 do Ministério do Trabalho, que regulamenta as condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho. “Todos os vasos sanitários devem possuir tampas e não podem ter vazamentos, e em seu box deve ter papel higiênico, e para higienizar as mãos deve ter uma pia com torneira de uso acessível a todos, sabonete liquido e papel toalha para secar“.

O médico e professor da UFMS, Joaquim Longo ressalva que a reclamação dos alunos é um caso de grave risco de contaminação. O banheiro que não possui os equipamentos e produtos para higiene adequada, causa contaminação e põe o risco a transmissão de doenças como a hepatite A, gripe, rota vírus, entre outras transmitidas por contaminação das mãos. ”A maioria das infecções hospitalares era através das mãos, e só quando descobriu que era fundamental uma higiene adequada no centro cirúrgico, foi que diminuiu as infecções”.

Longo reitera que a contaminação não é só no banheiro, acontece no ônibus, no celular, na maçaneta, no dinheiro e em qualquer lugar onde as pessoas usam as mãos. ”O hábito de higienizar as mãos tem que ser diário e sempre que usá-la para pegar algo ou colocá-la em algum equipamento utilizado por várias pessoas”. O médico diz que a higienização não pode ficar restrita ao álcool em gel, deve ser usado sabão ou sabonete com água, e após enxaguar as mãos, secar com papel. Se enxugar na roupa as mãos se contaminam.

 

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