Alunos do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) participam do projeto Agência Fotográfica. No projeto de pesquisa, os estudantes fotografam jornais antigos para escrever a "História do Fotojornalismo em Mato Grosso do Sul". O trabalho teve a iniciativa do professor Silvio da Costa Pereira, e consiste em recuperar a história do fotojornalismo no estado. Os acadêmicos trabalham no Instituto Histórico e Geográfico do Mato Grosso do Sul, onde têm acesso aos jornais e fazem a documentação deles.
De acordo com o professor de Jornalismo, Silvio da Costa Pereira, não há registro de como o fotojornalismo surgiu no estado, "eu queria um livro que falasse da história do fotojornalismo no Mato Grosso do Sul. Não existe esse livro. Dessa constatação é que nasce essa ideia de fazer um projeto de pesquisa".
Para Pereira, a fotografia no jornalismo tem um caráter documental importante. Segundo o professor, o projeto também ajudará na formação de uma identidade cultural do Mato Grosso do Sul, "um pouco dessa pesquisa é justamente trazer subsídios do que foi diferente no desenvolvimento do trabalho com fotografia ao lado sul de Mato Grosso, diferente do lado de Cuiabá, da parte norte".
Pereira também reforça a importância do estudo dos trabalhos antigos e o seu reflexo nos dias atuais.
Segundo a historiadora e diretora executiva adjunta do Instituto Histórico e Geográfico do Mato Grosso do Sul, Maria Madalena Greco, "a própria identidade do estado ainda está em construção", assim como registro de documentos históricos. Segundo a historiadora, Campo Grande terá uma hemeroteca com arquivos a partir de 1916 "um período muito importante", pela ocupação do estado e a chegada da ferrovia.
De acordo com Maria Madalena Greco, a digitalização de materiais históricos é de "grande importância" pela rapidez de acesso, "o Instituto está disponibilizando 30 mil imagens de jornais, livros. Nós já digitalizamos e disponibilizamos". Madalena Greco ressalva que ainda prefere o papel. Diz ela "eu sou daquela linha que tem que preservar o material".
Além da pesquisa realizada pela Agência Fotográfica, o Laboratório de Fotojornalismo trabalha com o ensino e a extensão. O ensino é aplicado com as disciplinas obrigatórias do curso de Jornalismo com o objetivo de instruir os alunos a produzir imagens documentais. Para Silvio Pereira, é importante o aluno exercitar a prática antes de se formar um profissional, "a gente faz o que eu considero sendo o tripé da universidade, a parte de ensino, pesquisa e extensão".
O professor da UFMS criou o projeto de extensão Agência Fotográfica a partir da experiência de colegas da Universidade Federal da Bahia. A agência foi uma maneira que o professor encontrou para trabalhar com alunos de Jornalismo a produção de reportagens e coberturas fotográficas e publicar todo o trabalho na internet.
Para a acadêmica de Jornalismo, Nayla Brisoti, sua motivação para entrar na Agência Fotográfica foi sua dificuldade nos trabalhos da disciplina de fotografia. Segundo a aluna, o projeto de extensão foi uma saída para melhorar suas notas e pensar no mercado de trabalho, "poder me aprimorar, tirar fotos melhores e ter a oportunidade de já saber como eu seria uma fotojornalista".
O aluno de Jornalismo, Leopoldo Neto, afirma a necessidade de trabalhar com fotografia antes de entrar para o mercado de trabalho, "eu acredito que é muito importante para quem quer seguir a profissão de fotojornalista porque a gente já aprende a mexer no equipamento, além de ter experiência jornalística". Segundo ele, o professor auxilia os estudantes, "ele está sempre orientando a gente". Neto também afirma sobre a possibilidade de manusear equipamentos da universidade e aprender com edição de foto e vídeo, "sempre adquirindo um pouco mais de experiência".