EDUCAÇÃO

Alunos da Universidade Federal realizam protesto em refeitório do Restaurante Universitário

O "marmitaço" reuniu acadêmicos de diversos cursos do Campus de Campo Grande, que ocuparam as mesas do restaurante para comer as refeições preparadas em suas casas em marmitas

Ayanne Gladstone, Débora Oliveira, Mariely Barros e Patrick Rosel 4/05/2022 - 17h10
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Estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) realizaram um protesto no refeitório do Restaurante Universitário (RU) no último dia 2 de maio. Os alunos exigiam esclarecimentos sobre a proibição do consumo de alimentos caseiros dentro do restaurante, regra imposta pela empresa alimentícia Paladar Nutri Eireli. O marmitaço reuniu estudantes de diversos cursos do Campus de Campo Grande, que ocuparam as mesas do restaurante com almoços caseiros em marmitas. 

O Restaurante Universitário é o local onde os acadêmicos de graduação presencial e pós-graduação da UFMS realizam suas refeições com preços subsidiados. De acordo com a Normativa N° 18, publicada no dia 31 de março de 2022, os alunos de graduação em situação de vulnerabilidade social que possuem inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal pagam o valor de R$ 3,00 pela refeição. O aumento no valor pago pelos acadêmicos em situação de vulnerabilidade foi de R$ 0,50 em relação a 2020, enquanto os demais acadêmicos, servidores e habitantes de Campo Grande agora pagam R$ 15,00, uma alta de R$ 10,50. O novo reajuste foi anunciado após reunião entre a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES) e o Diretório Central de Estudantes (DCE).   

A estudante do curso de Ciências Sociais, Kamilly Vitória Gomes explica que almoça no Restaurante Universitário desde abril. Ela afirma que consumir a comida do restaurante se tornou uma prática inviável após o aumento no valor da refeição e que foi convidada a se retirar do refeitório enquanto comia seu almoço caseiro, armazenado em uma marmita. A estudante afirma que a nova proibição afeta sua permanência na UFMS. “Eu não prefiro almoçar marmita, mas é o que cabe no bolso. Eu preciso ficar na faculdade o dia inteiro. De alguma forma eu preciso me alimentar, e as marmitas são uma opção mais barata”. 

O estudante do curso de Física, André Oliveira*, que preferiu manter o anonimato,  explica que o bloco continua sem locais adequados para fazer as refeições do dia. Ele afirma que começou a almoçar no chão do corredor após a nova proibição da Paladar Nutri Eireli. “Essa situação me incomoda bastante, mas não afeta minha permanência na universidade. Porém, os alunos que têm renda reduzida não podem passar por isso”. 

Primeira Notícia · Estudante de física explica os motivos por preferir o consumo de marmitas

De acordo com a jornalista da Agência de Comunicação Social e Científica (Agecom) da UFMS, Mylena Rocha a responsabilidade de administrar o Restaurante Universitário é da empresa terceirizada. Ela explica que a licitação cedida à Paladar Nutri Eireli garante a exploração de todo o Restaurante Universitário e a liberdade de proibir ou permitir quaisquer práticas dentro do local. “A licitação compreende a concessão de todo o espaço do RU, cozinha, equipamentos e refeitório, para que a empresa forneça a refeição à comunidade universitária”.

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