EMPREENDEDORISMO

Empresas juniores aumentam 85% em Mato Grosso do Sul

Instituições de ensino superior contribuem para o fomento do empreendedorismo universitário por meio de programas de incentivo

Jean Celso, Jhayne Lima e Leticia Marquine 9/09/2018 - 20h23
Compartilhe:

O número de empresas juniores (EJs) no estado cresceu 85% nos últimos dois anos segundo a Federação das Empresas Juniores do estado de Mato Grosso do Sul (Fejems). Em 2016, o estado possuía sete EJs filiadas à Fejems e à Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior). A partir de agosto deste ano há 13 empresas vinculadas às universidades públicas de Mato Grosso do Sul, com a participação de 201 acadêmicos de 18 a 25 anos matriculados nos cursos de graduação.

As empresas juniores foram criadas para prestar serviços à comunidade a partir das práticas aprendidas nos cursos das universidades. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) possui o maior número de empresas juniores do estado. A instituição de ensino conquistou, em 2017, a 17ª posição no ranking nacional de universidades empreendedoras. O ranking organizado pela Brasil Júnior avalia instituições em aspectos de desenvolvimento e fomento do empreendedorismo entre os estudantes.

A chefe da Divisão de Incubadora e Empreendedorismo da UFMS, Roberta Reginaldo Silva explica que os programas de fomento oferecidos pela universidade contribuíram para o crescimento do número de EJs reconhecidas pela instituição. “No início do ano tínhamos o cenário de duas empresas juniores e algumas iniciativas, muitas em funcionamento, mas sem o funcionamento correto de acordo com a resolução e viemos com esse apoio para que elas (EJs) se regularizassem. Hoje em dia temos nove empresas juniores reconhecidas pela UFMS”.

   Para Martins, apoio da UFMS contribuiu para fomento das EJs
   (Foto: Jean Celso)

Em 2018, a UFMS publicou edital de apoio financeiro para que as EJs desenvolvessem soluções inovadoras para os problemas da universidade. O presidente executivo da Fejems, Lucas Martins afirma que essa troca é comum no Movimento Empresa Júnior e auxiliou as EJs a investirem em capacitação para os membros. “Ao invés da universidade simplesmente dar o dinheiro para as EJs se capacitarem ela fez uma troca,  as empresas juniores ofereceram projetos para melhoria da universidade e em contrapartida ela destinou recurso para que as EJs tivessem seus membros capacitados”.

Além de investir em projetos destinados aos alunos, a UFMS, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul (Sebrae/MS), também ofereceu capacitação aos docentes da instituição na modalidade de empreendedorismo e inovação.

Outro programa de fomento ao empreendedorismo universitário foi o “Rota Estudantil”, de iniciativa da  gestão 2017-2018 do Diretório Central Estudantil (DCE), que tinha o objetivo de integrar os campus da UFMS. A diretora de Expansão e Regulamentação da Fejems, Jéssica Oshiro afirma que o programa é responsável pela ampliação da rede de empresas juniores em Mato Grosso do Sul. “Antes do Rota estávamos presentes apenas em quatro cidades que eram Corumbá, Três Lagoas, Dourados e Campo Grande. Depois do Rota, passamos por todos os campus da UFMS, e conseguimos fomentar EJs nos campus do interior. No total, nós estamos presentes em 11 cidades”.

Elaborado por Leticia Marquine.

Impacto no estado

Somente este ano, de acordo com dados da Fejems, as empresas juniores de Mato Grosso do Sul realizaram 129 projetos e faturaram 128 mil reais. O presidente executivo da Fejems, Lucas Martins ressalta a importância do empreendedorismo universitário para o desenvolvimento do estado. “São pequenas ações que nós desenvolvemos dentro das empresas juniores, e elas contribuem para que possamos aplicar isso na nossa vivência no estado”.

A presidente executiva da EJ Pharma, primeira empresa júnior de Mato Grosso do Sul, Mariana Carlage Nocetti afirma que a experiência na EJ estimula a formação técnica da área e oferece ao aluno a vivência empresarial. “No curso de farmácia normalmente trabalhamos em equipe, seja em análises clínicas, indústrias ou até mesmo drogarias, então desenvolver a liderança, oratória, empatia é fundamental. Então, se soubermos fazer isso antes de ir para o mercado de trabalho isso vai impactar na qualidade do nosso serviço”.

Compartilhe:

Deixe seu Comentário

Leia Também