Roubos e furtos estão cada vez mais frequentes na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) devido à falta de segurança dentro do campus. Segundo dados da Divisão de Proteção Patrimonial e da Comunidade (DIPP), em 2015, foram instaladas mais de 200 câmeras de monitoramento na instituição para evitar assaltos, que continuam a ocorrer. Nas últimas três semanas, cinco acadêmicos foram vítimas dessas situações e tiveram objetos pessoais roubados.
A acadêmica de Jornalismo, Lethycia dos Anjos Silva, 18, foi assaltada próximo à Biblioteca Central da Universidade no último dia 29, sexta-feira. A estudante estava sentada na grama com um amigo, na parte de trás do prédio, quando foi surpreendida por um homem que encostou uma faca nas costas dela e anunciou o assalto. “Meu amigo saiu correndo atrás do assaltante pela avenida da UFMS e outros alunos tentaram ajudar, mas ele pulou a cerca e fugiu para o mato. Ligaram para a polícia, que fez uma ronda na área, mas não encontraram nada”. Lethycia Silva registrou o acontecimento na DIPP da UFMS e depois foi encaminhada para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC) do bairro Piratininga, onde registrou o boletim de ocorrência.
O estudante de biologia, Renan de Almeida Barbosa, 22, também foi assaltado, com arma de fogo, no começo do mês de junho. Dois homens de bicicleta invadiram a calçada e abordaram Barbosa enquanto ele caminhava na rua UFMS, próximo à Faculdade de Computação (Facom). “Entreguei meu celular e não falei nada, não tive nenhum tipo de reação. Preenchi um registro de ocorrência na Universidade, um formulário meio que padrão contando o que aconteceu. No dia seguinte, eu peguei o que era necessário para fazer um boletim de ocorrência e fiz um boletim na delegacia mais perto aqui da faculdade, no bairro Piratininga”. Barbosa protocolou pedido de ressarcimento do valor do celular na Universidade. A Pró-Reitoria de Infraestrutura (PROINFRA) da UFMS contatou o acadêmico uma semana depois do acontecimento para mostrar as imagens captadas pelas câmeras de segurança do local, que flagraram o momento em que os assaltantes entraram na universidade e não o ato do roubo. “Não tive nenhuma resposta da UFMS. Eles falaram que iam levar o ressarcimento pra ser encarregado pela empresa terceirizada de segurança, só que não tive uma resposta de nenhuma das partes”. Para ele, uma possível solução seria ocupar mais os espaços da Universidade.
Estudante de Eletrotécnica Industrial, Ramon Alessandro, 17, foi assaltado quando saía do Complexo Multiuso Dercir Pedro de Oliveira no último dia 22, segunda-feira. O ladrão o abordou de bicicleta, apontou uma arma e pediu seu celular. “Falei com o segurança e ele disse que o procedimento era fazer o B.O, mas como era sexta-feira de noite eu não tinha como ir em uma delegacia. Depois, com a semana corrida, eu acabei deixando de lado”. Para Alessandro, a situação da segurança da Universidade é mais crítica durante a noite e que os alunos que estudam nesse período precisam de mais atenção. “A UFMS é grande demais para não ter uma segurança melhor. Quem se sente seguro lá dentro são os ladrões, que sabem que não vão ser presos nunca”.
O chefe da DIPP, Milton de Alcântara, explica a importância de se relatar os acontecimentos assim que eles ocorrem para facilitar o controle interno e auxiliar na investigação. “É importante relatar o fato para evitar boatos. Tiveram três ocorrências, aí o pessoal começa a falar que está tendo assalto toda hora, vira aquela boataria dentro do campus e acaba assustando todos mais ainda. Tivemos ocorrência de assalto aqui em 2014, em 2015 não tivemos nenhuma. Nós temos o controle do que é registrado”. O sistema de segurança da UFMS conta com 12 postos terceirizados espalhados dentro do campus, além de equipes de cinco a seis vigilantes em cada plantão. A central da Divisão de Segurança funciona 24 horas e pode ser contatada pelos ramais 3345-7085 e 3345-7087.
Depois que o fato é registrado, os procedimentos internos da DIPP consistem em analisar e priorizar os locais com maior frequência de casos para aumentar a vigilância e melhorar a iluminação nesses pontos. É necessário fazer o registro na Polícia Civil porque é o órgão responsável pelas detenções dos assaltantes.