SIMPÓSIO DE CIBERJORNALISMO

Jornalismo Alternativo foi tema de discussão em Simpósio

Thiago Andrade analise em seu artigo as relações entre mídia alternativa e as novas tecnologias

Alessandra Marimon e Kiohara Schwaab 1/09/2014 - 16h38
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O jornalismo de resistência, também conhecido como jornalismo alternativo, foi um dos temas dos trabalhos propostos para o quinto Simpósio de Ciberjornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O trabalho é do estudante de mestrado em Comunicação, Thiago Andrade, com orientação do professor Marcos Paulo da Silva e mescla o jornalismo de resistência com o uso das novas tecnologias.

O trabalho “Resistência na sociedade de controle: jornalismo alternativo, novas linguagens e tecnologia”, tem como objetivo, de acordo com Andrade, “entender o que é o jornalismo alternativo a partir de uma ideia de resistência”. Ao utilizar a internet como ferramenta principal, o pesquisador analisa propostas de dois veículos midiáticos, a Agência Pública e a Repórter Brasil.

No primeiro, o foco é a reportagem em HQ “Meninas em jogo” sobre prostituição e turismo sexual durante a Copa do Mundo em Fortaleza; no segundo, a reportagem multimídia “Moendo gente”, que diz respeito à produção de jornalismo não-hegemônico, ou seja, jornalismo que não faz parte dos grandes conglomerados de comunicação e utiliza possibilidades que a tecnologia oferece à linguagem jornalística. Segundo Thiago Andrade, "a mídia alternativa são as pessoas que estão na periferia e tentam ocupar novos espaços, abrir novas frentes de ação".

Andrade explica um pouco mais sobre as duas reportagens analisadas.

Andrade ainda afirma que a web expande as capacidades narrativas do jornalismo produzido por essas mídias. “Ao explorar potencialidades da internet, tanto a Repórter Brasil, quanto a Agência Pública fazem uso de recursos multimídia, transmídia, interativos e hipertextuais”.  

O professor de jornalismo da UFMS, Edson Silva, concorda com o poder que tal meio de comunicação possui ao se juntar aos movimentos sociais. “Com o advento das novas tecnologias, os movimentos sociais e comunitários ganharam a possibilidade de produzir a informação e disponibilizar com certa facilidade os conteúdos”.

O pesquisador Andrade declara que essa imprensa despontou no Brasil principalmente durante a ditadura militar. "Entre inúmeros exemplos, podemos citar jornais editados durante o governo militar, como Movimento, de São Paulo, Opinião, do Rio de Janeiro e Resistência, de Bélem. Em cada um deles, a linha editorial que se posicionava contra o regime estabelecido no Brasil ficava clara ao leitor que escolhia ler esses veículos". 

Andrade também descreve no texto que compreender o papel de resistência que o jornalismo alternativo possui, sobretudo na era da internet, é permitir que tal meio questione o controle das grandes mídias em que se mantém a opressão e as diferenças sociais.“Inseridos na sociedade de controle, cabe aos veículos encontrar meios de se articular para expor as desigualdades e falhas do sistema”.

Thiago Andrade comenta sobre o papel do jornalismo alternativo em momentos de repressão e a importância das ONGs, inclusive em Campo Grande, na divulgação desse conteúdo.

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