SEMAJOR

Movimento Estudantil é tema de debate na SEMAJOR

Presente desde a criação do curso, as mobilizações mantêm-se da graduação ao mercado de trabalho

Amanda Bogo e Caroline Cardoso 1/11/2014 - 20h53
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O painel “História da mobilização estudantil no curso de Jornalismo da UFMS” na Semana de Jornalismo, SEMAJOR, discutiu as reivindicações dos estudantes ao longo dos 25 anos do curso na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS. O debate teve a presença da jornalista Tainá Jara e do jornalista Gerson Jara que, no período que frequentaram o curso de Jornalismo, participaram de várias manifestações estudantis.

Gerson Jara foi acadêmico da primeira turma do curso, em 1990. Segundo ele, as reivindicações da época eram a contratação de professores, laboratórios de televisão e redação, livros para a biblioteca e novos equipamentos. “O movimento estudantil desperta a pessoa para a organização coletiva. Vivemos numa sociedade que está questionando a sua forma de organização”.

Tainá Jara afirmou que há uma tendência de marginalização do movimento estudantil na universidade e que os militantes recebem estereótipos de descompromissados. Para ela, a militância constrói sensibilidade e visão diferenciada ao exercer o Jornalismo. “É muito mais fácil saber de algumas pautas quando você já tem um questionamento com relação a opressões. Às vezes uma pessoa que não participa do movimento estudantil não consegue ver que casos de racismo ou a questão indígena no estado, por exemplo, dão uma notícia”.

Para Gerson Jara, as mobilizações são importantes para os jornalistas. “O movimento estudantil tem o papel fundamental de sensibilizar as pessoas para a importância da organização política e social e ele tem que ter uma parceria com o sindicato para quando entrar no mercado de trabalho, construir uma ponte de solidariedade”. 

Segundo Tainá Jara, o esclarecimento obtido com a militância pode causar embates  no mercado de trabalho. “Quem participa do movimento estudantil sabe como as coisas funcionam e isso pode incomodar. O patrão sabe que a pessoa não é só um mero funcionário. Ela pensa sobre a profissão”.

As primeiras mobilizações para a abertura do curso começaram em reunião do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) em 1984. O curso de Jornalismo na Universidade foi criado em 1989. O Sindicato, atualmente, abrange 54 cidades do estado de Mato Grosso do Sul e possui 640 jornalistas filiados.

Na opinião do presidente da Comissão de Ética do SindJor–MS, Clayton Sales, há uma conexão entre a mobilização estudantil e a profissão. “Eu acho que uma coisa acaba sendo interligada a outra. Quando você se propõe a se envolver com o movimento estudantil, centro acadêmico ou diretório dos estudantes, você se envolve com lutas que acabam sendo comuns com a própria profissão”.

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