O projeto de extensão "Trem do Pantanal: trilhando o caminho do bioma e das doenças tropicais" levou 25 alunos do primeiro ano do ensino médio da escola estadual Ada Teixeira dos Santos Pereira para visitação na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O objetivo do projeto é a aproximação entre os estudantes, a universidade e a ciência e apresentá-los ao ambiente acadêmico. O "Trem do Pantanal" teve sua terceira edição no fim do mês de abril, entre os dias 23 e 27.
Para a estudante Maria Clara Maciel Dias, da escola Ada Teixeira, a inserção de alunos da escola pública em uma universidade federal permite aos alunos novos conhecimentos. “Aprendi bastante coisa nova, tirei duvidas que eu nem sabia que tinha, fomos no cerradinho, teve o pessoal que foi no hospital e na clínica de análise”. Ela afirma que a biologia é uma de suas áreas preferidas e que o projeto auxilia na escolha de uma futura profissão. “Ajuda bastante na escolha da área, a maioria do pessoal da escola pública tem dúvida, então estar aqui ajuda bastante”.
Este ano, o projeto recebeu três alunos surdos, o que permitiu a inclusão dos jovens. Segundo a bióloga e organizadora do projeto Trem do Pantanal, Ana Paula Marques na ficha de inscrição para participar do projeto, surgiu a demanda de um intérprete para acompanhar esses alunos. “Na ficha de inscrição uma aluna escreveu que era surda e a gente achou interessante esse desafio. Como eles não ouvem e não falam, acabam tendo dificuldade na escrita, o outro aluno a gente não conseguia entender direito as respostas. Eu perguntei pro coordenador e ele disse que o aluno também era surdo. Foi maravilhoso, não quero pensar em exclui-los”.
Foto: Lorrayna Farias
O projeto recebeu apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES-UFMS), e da Divisão de Acessibilidade e Ações Afirmativas (DIAF), que disponibilizaram intérpretes que estiveram presentes durante a realização do projeto. O intérprete Alex Carmona trabalha há 15 anos na profissão. “As políticas de inclusão já vem acontecendo há um tempo aqui na UFMS. Nós temos a lei da libras que promoveu o primeiro concurso pra interprete em 2013, então já vem com esse processo de inclusão pelo menos na área da surdes”. Carmona acompanhou a estudante Kethellyn Silva que tem deficiência auditiva. A estudante participou de outro projeto inclusivo e declarou que o “Trem do Pantanal” a auxiliou a atender melhor a área da biologia.
O Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias (PPGDIP) da UFMS tem cadastro na Rede Nacional de Educação e Ciência (RNEC), que originou o projeto de extensão. De acordo com Ana Marques, o objetivo da RNEC é atuar na melhoria no ensino básico. "A rede acredita que os cientistas tem função de melhorar o ensino das escolas públicas, porque a gente tem mais acesso às novidades da ciência, então a gente tem função social".