EDUCAÇÃO

Projeto leva alunos da rede pública de ensino para conhecer laboratórios da UFMS

Professores e alunos de graduação e pós-graduação desenvolveram atividades com os estudantes durante a terceira edição do projeto Trem do Pantanal

Fernanda Sandoval, Lorrayna Farias e Talita Oliveira. 6/05/2018 - 18h14
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O projeto de extensão "Trem do Pantanal: trilhando o caminho do bioma e das doenças tropicais" levou 25 alunos do primeiro ano do ensino médio da escola estadual Ada Teixeira dos Santos Pereira para visitação na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O objetivo do projeto é a aproximação entre os estudantes, a universidade e a ciência e apresentá-los ao ambiente acadêmico. O "Trem do Pantanal" teve sua terceira edição no fim do mês de abril, entre os dias 23 e 27. 

Para a estudante Maria Clara Maciel Dias, da escola Ada Teixeira, a inserção de alunos da escola pública em uma universidade federal permite aos alunos novos conhecimentos. “Aprendi bastante coisa nova, tirei duvidas que eu nem sabia que tinha, fomos no cerradinho, teve o pessoal que foi no hospital e na clínica de análise”. Ela afirma que a biologia é uma de suas áreas preferidas e que o projeto auxilia na escolha de uma futura profissão. “Ajuda bastante na escolha da área, a maioria do pessoal da escola pública tem dúvida, então estar aqui ajuda bastante”.

Este ano, o projeto recebeu três alunos surdos, o que permitiu a inclusão dos jovens. Segundo a bióloga e organizadora do projeto Trem do Pantanal, Ana Paula Marques na ficha de inscrição para participar do projeto, surgiu a demanda de um intérprete para acompanhar esses alunos. “Na ficha de inscrição uma aluna escreveu que era surda e a gente achou interessante esse desafio. Como eles não ouvem e não falam, acabam tendo dificuldade na escrita, o outro aluno a gente não conseguia entender direito as respostas. Eu perguntei pro coordenador e ele disse que o aluno também era surdo. Foi maravilhoso, não quero pensar em exclui-los”.

O projeto teve a primeira demanda para alunos surdos.
Foto: Lorrayna Farias

O projeto recebeu apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAES-UFMS), e da Divisão de Acessibilidade e Ações Afirmativas (DIAF), que disponibilizaram intérpretes que estiveram presentes durante a realização do projeto. O intérprete Alex Carmona trabalha há 15 anos na profissão. “As políticas de inclusão já vem acontecendo há um tempo aqui na UFMS. Nós temos a lei da libras que promoveu o primeiro concurso pra interprete em 2013, então já vem com esse processo de inclusão pelo menos na área da surdes”. Carmona acompanhou a estudante Kethellyn Silva que tem deficiência auditiva. A estudante participou de outro projeto inclusivo e declarou que o “Trem do Pantanal” a auxiliou a atender melhor a área da biologia.  

O Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias (PPGDIP) da UFMS tem cadastro na Rede Nacional de Educação e Ciência (RNEC), que originou o projeto de extensão. De acordo com Ana Marques, o objetivo da RNEC é atuar na melhoria no ensino básico. "A rede acredita que os cientistas tem função de melhorar o ensino das escolas públicas, porque a gente tem mais acesso às novidades da ciência, então a gente tem função social".

Outro objetivo do Projeto é selecionar os alunos que se destacaram para inscrição no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica, PIBIC-Júnior e trazê-los para estagiar na UFMS, na área de doenças infecciosas e parasitárias, tema do projeto. Ana Marques afirma que há expectativa da ampliação do Trem do Pantanal para outras escolas públicas de Campo Grande, para que mais alunos participem. "A gente tem trabalhado com a mesma escola por uma questão de equipe e de verba. A gente traz o aluno, ele fica aqui a semana inteira, a gente da lanche, almoço, transporte, por isso a gente não conseguiu ampliar ainda. Mas é o objetivo, é ampliar para todas as escolas e o aluno que quisesse, ele se inscreve". 

Dario Corrêa é aluno de pós-graduação na UFMS e participa da organização do projeto desde a primeira edição. De acordo com ele, a proposta é atender a alunos de comunidades carentes, para que entendam como funciona a universidade. "Geralmente eles não sabem o que é uma universidade, um curso superior, eles estão no ensino médio e ainda não tem essa noção, diferente de um aluno de escola particular que já é direcionado para aquilo".

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