EVENTO CULTURAL

Projeto de extensão leva cinema às comunidades Marçal de Souza e Tia Eva

O projeto de extensão do curso de Ciências Sociais da UFMS, Cinema no Bairro promove debates sobre cidadania nas comunidades

Douglas Ferreira, Ighor Avanci e Silvia Souza25/09/2017 - 06h02
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O Núcleo de Estudos Néstor Perlongher (NENP) e o Impróprias - Grupo de Pesquisa em Gênero, Sexualidade e Diferenças da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS-UFMS), desenvolve o projeto de extensão "Cinema no Bairro - A cidade e suas diferenças" para promover o debate sobre o uso da cidade e estratégias de resistências entre os moradores de periferia. A ação, que ocorre entre os dias 16 de setembro e 7 de outubro, é destinada inicialmente à comunidade Tia Eva e a aldeia urbana Marçal de Souza, e posteriormente para outras comunidades interessadas. O objetivo do projeto é discutir temas que sejam do interesse das comunidades, como preconceito, liderança e racismo. 

O Projeto Cinema no Bairro exibe filmes diferenciados, não comerciais, denominado "cult". O coordenador do projeto, Guilherme Passamani diz que o objetivo é atender, principalmente, as comunidades onde o projeto é executado. “São pessoas que não tem o hábito de frequentar as salas de cinema, seja porque não existe cinema ao redor de suas casas, seja porque o cinema é de difícil aquisição".

O professor do curso de Ciências Sociais, Dr. Tiago Duque, que também é responsável pelo projeto, afirma que o ''Cinema no Bairro'' atende todas as faixas etárias. "Logo após a exibição dos filmes, é feita uma discussão sobre a relevância social do projeto. O diálogo existe com os adultos por meio de uma mesa redonda e com as crianças, que contam com atividades de pintura, colagens, desenhos e conversas". Duque ressalva que essa ação é um meio encontrado pela comunidade acadêmica para se aproximar da população por meio de projetos de extensão para que possibilite a criação de projetos de pesquisa.

A acadêmica de pedagogia, Barbara Ortega é uma das colaboradoras do projeto. Para divulgar o evento, ela e outras acadêmicas realizaram panfletagem para que atraísse o maior público possível. Segundo a acadêmica, o projeto auxilia na construção do pensamento crítico das comunidades. ''Elas devem ter acesso ao que está sendo produzido dentro das universidades. Das temáticas racismo, meritocracia e preconceitos, por meio dos curtas''. Barbara Ortega julga importante para sua formação "enxergar outras realidades, construir pensamentos e ideias com os moradores". 

A acadêmica do curso de Ciências Sociais, Tatiana Bezerra, outra colaboradora do projeto, afirma que a importância do projeto é estabelecer um contato entre as comunidades com a Universidade. “Acredito que a importância desse projeto é estabelecer o primeiro contato das comunidades com a universidade. É estabelecer um diálogo. Ano que vem, quando voltarmos a elas saberemos mais de suas necessidades e de suas pautas. Seremos mais próximos e eles reconhecerão na gente um grupo com quem podem contar.” 

Tatiana Bezerra também afirma que o projeto faz o possível tornar o que é teórico em prático. “Novamente é estabelecer contatos. Para mim, que desejo seguir carreira acadêmica na área de Antropologia, esse projeto nas comunidades Tia Eva e Aldeia Urbana vai me ajudar a perceber como se dá o diálogo entre vida acadêmica e comunidade. Como podemos levar nosso conhecimento para a população em geral. Tornar prático aquilo que é teórico.”

Mildes Soares, moradora há 22 anos na comunidade Marçal de Souza, soube do evento por meio de conversa com acadêmicos.

 

Serviço

A entrada é gratuita e as sessões ocorrem a partir das 17h00.
Mais informações sobre o projeto ou sobre os grupos podem ser acessadas pelo correio eletrônico: nenp.ufms@gmail.com

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