O aluno de Biologia e integrante do DCE, José Elias afirmou que esta era uma das principais propostas dos acadêmicos. “A UFMS tem mais de trinta cursos noturnos. A maioria dos estudantes desses cursos trabalha o dia inteiro. Nós [do DCE] entendemos que eles também precisam ser atendidos”.
A coordenadora de Assistência Acadêmica da Preae, Waneide Ferrreira explica que a decisão foi autorizada em 2013 pela instituição, e executada neste ano. “Era necessário uma política de alimentação que fosse aplicada a todos os onze campi da UFMS. Hoje nós já possuímos essa política, com subsídio parcial para todo aluno de graduação”. Ela afirmou ainda que serão dois avanços nas ações de alimentação para 2015. “Primeiro, será concedido um auxílio integral aos alunos com bolsa permanência. Os demais pagarão um percentual. A outra é o jantar, que já está decidido”.
Preço
O restaurante universitário da UFMS atende a comunidade acadêmica, entre discentes, docentes e servidores. O valor do café da manhã é de R$ 2,50, e o de almoço custa R$ 6,80. A estudante de Letras, Larissa Melo considera esses preços caros. “Na UFRJ, por exemplo, o ‘bandejão’ é aberto à todo público, interno e externo à universidade, e o valor é entre R$ 70 a R$ 80 centavos”.
A assistente social Waneide Ferrreira disse que os valores para alimentação no RU estão vigentes desde 2011, e possivelmente continuarão como estão, sem a necessidade de aumento. Isto se não houver alteração na licitação com a empresa FCA Eventos LTDA, ainda em vigência. Ela afirmou que entre os restaurantes universitários terceirizados, o RU da UFMS está entre os que praticam o menor preço. “São várias as formas de se ‘tocar’ os RUs nas universidades. Aqueles com preço inferior à R$ 2 possuem produção própria, como horta, plantio e central agrícola”.
Outras assistências
A reivindicação do RU Noturno pelos universitários é uma das questões da assistência acadêmica. A estudante de Jornalismo, Eva Cruz, por exemplo, sugere mudanças na moradia estudantil. “Existem campus em que ela é interna. Outros em que o aluno tem a opção de montar uma república com outros bolsistas”.
A Preae busca atender todos os acadêmicos. São R$ 12 milhões e 900 mil reais limitados à todos os campi da UFMS. Este dinheiro é dividido nas 11 áreas de atuação definidas pelo decreto 7.234 (Julho/2010), que dispõe e regulamenta as ações do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes).
O Governo Federal, pelo Pnaes, investe R$ 750 milhões nas 63 universidades federais do país. Este valor também não é suficiente para atender todos os universitários, como esclareceu a coordenadora de Assistência Acadêmica da UFMS Waneide Ferrreira. “Este é o cenário nacional. A demanda é maior que a ‘oferta’. Há um estudo em que o Brasil precisaria de no mínimo R$ 1,5 bilhão para atender apenas os alunos bolsistas".
Ensino superior
Mato Grosso do Sul aumentou em 30,58% o número de estudantes matriculados no ensino superior nos últimos dez anos, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os dados fazem parte do Censo da Educação Superior, que apontou a ampliação em 39,5% no número de matrículas em universidades públicas no estado, de 20.261 para 28.261.
A criação da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), além da ampliação dos campi da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e a introdução do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) como alternativa ao vestibular, são alguns dos motivos. No estado são cinco instituições de ensino superior que utilizam as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de seleção.
Neste ano, as provas do Enem acontecem daqui três semanas, nos dias 8 e 9 de novembro, com o início marcado para as 13 horas no horário oficial de Brasília.