A Secretaria de Saúde do Governo do Estado (SES) divulgou resultado de pesquisa sobre baixa da taxa de realização do teste do pezinho em Mato Grosso do Sul. A coordenadora Estadual do Programa Nacional de Triagem Neonatal da SES, Carolina Chita Raposo, confirmou que a falta de repasse dos dados dos laboratórios privados tem consequências negativas na hora de realizar as estaísticas. O Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos (Iped/Apae), responsável pela pesquisa, produz os dados da estatística estadual da realização do teste do pezinho.
Os dados coletados pelo Iped/Apae apontam que a realização do exame falha em alcançar mais de 90% das crianças nascidas por ano desde 2009. Segundo a farmacêutica-bioquímica Michelly Zanchin, a má interpretação da SES decorre da falta de envio dos números de testes feitos em laboratórios privados à SES. Ela afirma que é desleal responsabilizar os pais por esses índices. “Nós atendemos a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS), porém grande parte do teste do pezinho de convênios nós acabamos perdendo, e eles não entram na estatística de cobertura. Isso acaba sendo uma falha, porque para via de Ministério da Saúde, é como se esses pacientes não tivesse feito o teste”.
De acordo com Michelly Zanchin Iped/Apae, 82,8% dos bebês nascidos no estado fizeram o exame em 2017. Em 2018, a taxa de realização do exame foi de 85,6%. No Brasil, em portaria do Ministério da Saúde, toda criança nascida tem direito legal de realizar o exame, gratuito no SUS e. De acordo com a coordenadora estadual do Programa Nacional de Triagem Neonatal da SES, Carolina Chita Raposo o número deveria ser de 100% devido a totalidade dos nascidos vivos. “Não é só uma questão dos pais, a gente tem os testes privados, temos a atenção básica que precisa fazer a busca ativa dessas crianças, que às vezes moram em locais remotos, o bebê nasce e não retorna pra fazer o teste, é bem complexo”.
Para a pediatra da Maternidade Cândido Mariano, Dolores Luiz a ausência desses dados tem um impacto negativo a vista da população. Ela reitera que o teste é um direito da criança e que os médicos pediatras podem notificar o Conselho Tutelar se houver desobediência após a instrução dos profissionais para realização do exame. Dolores Luiz ressalta ser incomum os pais da criança deixarem de realizar o teste devido à cobrança dos médicos e enfermeiros durante consultas ou vacinas.